Sempre ouvi dizer que o prefeito de Niterói não era afeito ao contato com o povo. Multidões, então...nem pensar. Entretanto, o cara também era visto como o "redentor de uma cidade" outrora alvo de brincadeira e deboche por parte de cariocas e tantos outros "ocas", "enses"...
De fato, foi a partir de seu primeiro governo que Niterói começou a redefinir sua estima. Mas, definitivamente, não se trata de um Messias. Há uma série de fatores - e a Constituição de 1988 é determinante nesse sentido - que explicam as transformações na gestão pública nos municípios brasileiros.
Mito ou realidade, a figura de Jorge Roberto Silveira começa a desmoronar junto com o "caso de amor" que diziam marcar sua relação com o "povo de Niterói". E a culpa não é da chuva!!!!!
De fato, choveu demais nesse mês que se vai. Em "Nikit", na cidade Maravilhosa, em Itaboraí... Todavia, em nenhum outro lugar foram verificados os estragos feitos na "cidade sorriso". Entre mortos e desabrigados, toda uma cidade, incrédula, solidarizava-se - e continua - com o outro. Antes mesmo da tragédia no Morro do Bumba, o município se encontrava aturdido, perdido ante a tragédia e a omissão do poder público municipal.
Mas, naquela quarta-feira, em que assitimos aos primeiros flashes dando conta de um imenso desmoranamento no Bumba, quando muitos de nós partiram imediatamente pra lá, num gesto inconteste de absoluta solidariedade, a cidade parecia virar uma página da sua história. A propalada qualidade de vida dava lugar à certeza de que muita gente havia sido posta de lado por boa parte dos projetos que fizeram de Niterói, aparentemente, uma referência nacional.
Pois é, amigos, não se pode tornar referência nacional uma cidade que exclui. Uma gestão que prima pela maquiagem, pela "plástica" ao invés de ações estruturantes que a definam - aí sim - como um novo modelo de administração PARA TODOS!!!!!! Reparem que no final de semana que seguiu às tragédias, vários agentes da municipalidade foram vistos pintando de "branquinho" o meio-fio no entorno do Campo de São Bento. E no Bumba, o que faziam? E no Caramujo, no Morro do Céu, na Beltrão, no Zulu, no Estado, no Boavista, na Iara, no Serrão e em tantas outras comunidades que se encontravam arrasadas?
Onde estava o prefeito? E as ações da PMN? Ações???? Soa estranho a este governo não é mesmo?
Enfim, este é somente um desabafo e um "convite" a que continuemos construindo esta imensa corrente de solidariedade que tomou nossa cidade. Mas sem esquecer que muito do que aconteceu poderia ter sido evitado. Teria que ser evitado!!!! Não despolitizemos nossas ações. Não me refiro à politiquinha de quem, eventualmente, queira tirar proveito do caos. Não!!!! Refiro-me à leitura crítica da nossa realidade, ao protagonismo que as comunidades devem exercer no cenário municipal, a um novo patamar de participação popular na história de Niterói.
Abraço
Ah! Perdão, mas há pouco me daparei, no caderno de espotes de O Globo (PÁGINA 8, em 01/05), com o seguinte:
"O Banco BMG, que já patrocina o futebol do Flamengo, agorá passará , a investir no ginástica do clube. (...)" Num dado momento da nota, o jornal cita a ginasta Jade Barbosa, também patrocinada pelo banco, que afirma: "Estou esperando a resposta. Eu o procuro, mas ele não fala, não dá satisfação nenhuma". A ginasta está reclamando do "prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira", que, em janeiro do ano passado ofereceu patrocínio à ginástica do Flamengo e até agora...Nada! Não conseguem encontrá-lo.
Em tempo! Sou rubro-negro de corpo e alma, coração e mente... Mas não dá para oferecer um patrocínio desse sem que a cidade cuide das suas questões
mais agudas, não é mesmo? Ainda pior é prometer e...sumir!!!!!
Parece brincadeira, mas não é!
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